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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Pequenas reflexões sobre "O Menino do Pijama Listrado"

Acabo de ler mais um livro "O menino do Pijama Listrado" e estou novamente de luto pela despedida de grandes personagens. Um livro de história simples, com final óbvio, mas muito profundo.



Bruno, um pequeno menino alemão, faz nos pensar em muitas coisas. Ele tinha apenas três amigos, não mais do que isso, com os quais brincava e os considerava profundamente.

O pai foi chamado para uma missão contra os judeus e a família teve que se mudar do lugar onde sempre viveram, e Bruno se viu obrigado a deixar esses três amigos. O pai não entendia a sua dor, ele não acharia fácil três amigos verdadeiros como aqueles. Sim, Bruno já sabia desde pequeno que amigos são para poucos...

Bruno partiu e foi morar em uma imensa casa.  Tinha de tudo, mas era sozinho, e, em sua solidão, chegou até uma cerca que os separava de tantos outros, os pobres judeus.

Pequeno e ingênuo não sabe quantos significados aquela cerca carrega. Bruno conheceu então um menino judeu, sem julgá-lo, era apenas uma criança conhecendo a outra. Uma amizade diferente que não permitia nada além do que conversas entre a cerca.

Na verdade, agora, vejo o livro como uma grande metáfora da vida, e vejo que nos falta essa ingenuidade de conhecer o mundo do outro, de vestir a camisa e atravessar a cerca, deixando tudo para trás, sem conhecer o que vem pela frente.

Falta ser um pouco explorador como Bruno, para viver uma aventura, mesmo que seja a última.

Falta uma dose de coragem de se colocar no lugar do outro e caminhar ao lado, vendo a mesma realidade do mesmo ponto de vista.

Bruno nos ensina por meio dessa história que, às vezes, temos que seguir o nosso coração, a nossa vontade custe o que custar, ou melhor, sem pensar nas consequências.
Quantos, ao terminarem o livro, não sentem uma ponta de inveja de Bruno que ainda criança deixou tudo que lhe pertencia, para viver...
Shmuel, era um verdadeiro amigo, tão amigo que valeria ter vivido até ali, segurando firme em sua mão, confiando e estando realmente seguro.



A cerca existe, sempre existirá... Ela desafia a conhecer o outro lado.
Alguns irão arriscar, uns irão se arrepender e voltar, outros vão seguir em frente, e há ainda aqueles que preferem apenas tocar a cerca, ter uma pequena visão do que é possível encontrar, mas jamais deixarão suas roupas por qualquer pijama listrado que os convide a conhecer o outro lado...

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