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domingo, 23 de janeiro de 2011

Nicholas Sparks, uma paixão

Férias, pouco sol e muita leitura, chuva e pessoas fantásticas passaram a viver comigo, as quais me surpreenderam, emocionaram e marcaram esses dias. Elas surgiram de dois companheiros diferentes: Querido John e Diário de uma Paixão, ambos vindos de uma paixão de verão: Nicholas Sparks.
 Não é novidade que sou uma apaixonada por livros, mas não costumo comprar livros caros, com execeção de Rubem Alves, pois se trata de uma amor, e todos sabemos que, por um amor, pagamos o preço que for.
Foi em uma dessas promoções encontradas pela Internet que encontrei um livro cujo título me chamou atenção: A última música e resolvi me atrever nessa história. Foi assim meu primeiro encontro com Nicholas Sparks.

Devo dizer que os livros dele são fáceis de ler, não vemos a hora passar, e quando notamos, já estamos no último capíutulo nos despedindo daquelas pessoas tão especiais. Todos que li têm como foco um casal e a luta pelo amor, que é  mostrado como um sentimento avassalador, capaz de mudar as pessoas, e permanecer por muito tempo, mais do que costumamos ver hoje em dia e até mesmo acreditar. Por isso mesmo, as histórias são tão surpreendentes, e tão lindas que chega realmente a doer, porque nos envolvemos tanto e nem sempre as escolhas são aquelas das quais gostaríamos, e também por vermos o quanto ainda esperamos por um amor tal qual o de Will por Ronnie, de John por Savannah ou então de Noah por Allie. Coloquei na ordem dos livros que li, e refletindo agora, acredito que o amor em cada um desses livros vai aumentando, começando de um amor adolescente na Última Música, passando por um amor tão nobre e duradouro apesar das escolhas feitas em Querido John até um amor no seu grau máximo, além da vida em Diário de uma Paixão.

Durante as férias, além de ler meus livros e compartilhar aqui alguns dos meus pensamentos, ganhei grandes leitoras: minha mãe e minha cunhada, as quais estão envolvidas com as mesmas pessoas que me fizeram pensar, refletir, que me emocionaram e marcaram minha vida de alguma forma. Tenho certeza que da mesma forma ou de outro modo especial, também tenham sido tocadas por essa magia proveniente do mundo da leitura, que só os que percorrem por essas trilhas que podem sentir como é gostoso. É uma atividade de puro prazer: ler, conhecer outros mundos, culturas, outros amores, casos que deram certo, histórias que não vingaram e lições de vida de um modo geral.

Vou deixar aqui algumas frases dos livros de Nicholas Sparks para que vocês possam saborear, e se gostarem, prometo que vale a pena prová-lo como um todo.
Estou esperando "O Milagre", mais um dessa nova paixão que tocou a mim, minha mãe e minha cunhada. Espero que sejam tocados por ele também.

 "Se há uma parte de você que não tem certeza, então não faça isso. Não é o tipo de coisa que se faz pela metade."

"Às vezes, o nosso futuro é definido por aquilo que somos, e não por aquilo que queremos."

"A poesia não foi escrita para ser interpretada ou analisada - foi feita para inspirar sem motivo, para emocionar sem entendimento."

"E então a lembraça a fez sorrir, deixando o pensamento voltar para um tempo em que as coisas eram mais simples. Ou pelo menos aparentavam ter sido."

"Consigo recordar todos os momentos que passamos juntos, e em cada um deles havia alguma coisa maravilhosa. Na verdade não consigo escolher um momento que tenha significado mais que outro."

"Você não pode viver a sua vida para os outros. Você tem de fazer o que for certo para você, mesmo que isso machuque as pessoas que você ama."

"O que importava é que ela permitia que ele não somente encontrasse sua paixão, como fosse atrás dela, mesmo que desconfiasse de suas razões."

"Pescar é... contemplar."

"Era como se ele pensasse que podíamos recomeçar do zero. Mas não podíamos. Não se pode desfazer o passado.

"Já se perguntou alguma vez o que significa ser amigo de alguém? Até onde você iria para proteger um amigo?"

"No fim, devemos sempre fazer aquilo que acreditamos ser certo, mesmo que seja difícil. Sei que posso não ter te ajudado, mas nem sempre é fácil perceber qual o caminho certo a seguir."

"- Já te falei que você é pra valer?
 - Acho que nunca ninguém disse isso para mim."

"A verdade só tem significado quando é difícil de ser admitida."

Fico devendo frases do "Querido John" que fica como presente para uma próxima postagem que posso me dedicar às minhas reflexões sobre o livro.
Não sei julgar qual é o melhor. Minha mãe julga como "A última música" e eu acho que fico com "Querido John".
Nas minhas férias, também fiz outra coisa que fico devendo uma postagem com fotos e explicações.
Boa semana a todos...
Sinto que esse meu "free time" está chegando ao fim...

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A fé e os milagres presentes nas desgraças

Com as chuvas, vimos cenas chocantes, pessoas que perderam tudo, mas ainda encontramos diante dessa tragédia, uma pessoa que vendo tudo ir por água abaixo mostrou que não perdeu a fé, a confiança em algo melhor e nem tão pouco a esperança. 

Ao ver as cenas pensei em Mack, personagem do livro A Cabana. O que ele diria diante disso tudo, se estivesse naquele meio? Parece que posso escutar. Primeiro, não acreditaria em um Deus que pudesse permitir que isso acontecesse. E todos nós, à princípio, pensamos como Mack: Onde estava vc, Deus, que não protegeu essas famílias, essas casas?! O que essas pessoas fizeram para uma punição desse tamanho?
E com o tempo, vemos um povo unido, que sacrifica a vida pelo outro, que dá tudo que tem para salvar uma vida. Por mais que diante dos acontecimentos nós não queiramos aceitar, as coisas acontecem, porque têm um propósito maior.
Mas a cena que fez tudo parar foi de D Ilair, em São José do Vale do Rio Preto, RJ.

A primeira vez que vi, devido à minha paixão por cachorro, observei que ela tentou salvar um que estava com ela. Diante de tudo aquilo que estava acontecendo, sua vida em perigo, ela tentou segurar firme no pobre animalzinho. Mas a água estava muito forte, e não houve força pelos dois. Aquilo me cortou o coração.
Hoje, no Jornal da Globo, em uma entrevista com D Ilair, ela diz que o cachorro pediu socorro, a ela e que ela sente muito por não ter conseguido, mas que estava grata por ter sobrevivido. 
Uma vez ouvi dizer que uma pessoa que gosta de cachorro só pode ser uma pessoa boa.  E acrescento uma que diz muito também: O que eu desejo para mim e que as pessoas que me amam me amem como eu amo os meus cachorros.
Com certeza, vimos um milagre televisionado: aquela força não era somente de D Ilair, tinha mais gente segurando naquela corda, que nos mostra que Deus existe, e que não devemos perder a fé. Isso também se fez presente na vida daquela senhora que sobreviveu e afirmou que nem ela, nem os filhos  sabiam nadar. Mas, quando isso acontece, por merecimento ou por não ter chegado a hora, tem alguém nadando por eles, batendo os pés e dando quantas braçadas forem necessárias.
 D Ilair, de acordo com o significado de nomes, significa exaltada. E como o próprio nome diz, ela foi levantada, engrandecida, e glorificada! Que seja um exemplo para as pessoas desesperadas, que seja uma lição para os que reclamam, que seja uma vitória e um recomeço como esperamos que aconteça para todos aqueles que sofreram com esses desastres.
 E o mais impressionante é que o povo brasileiro é sim um povo bom, unido, solidário, que é capaz de recomeçar sempre, de ter a esperança renovada, é um povo de fé em dias melhores. 
Acho que Deus, apesar de sentir muito e estar em trabalho constante juntamente com cada pessoa, deve estar orgulhoso desse povo, e dos mais diversificados exemplos de fé.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Procura-se professor....

Começo o ano, postando aqui minha revolta com a propaganda do MEC sobre a valorização do professor.


Fico brava, acho ridícula e apelativa. Seria lindo se fosse verdade, se tivesse sido uma entrevista espontânea pelos lugares do mundo. Mas não foi. Foi tudo combinado. Quem é, na sua opinião, o profissional responsável pelo desenvolvimento? Digam que é o professor, mesmo que não concordem, mesmo que saibam que, no Brasil, eles levam tapa na cara, são mortos por uma reprovação e recebem um salário tão incompatível com o árduo trabalho. 
A verdade é que ninguém quer ser mais professor, e isso já era esperado. Eu mesma, se pudesse voltar e escolher outra coisa, teria feito. Mas, como já falei, ser professor é um dom, você nasce professor, da mesma forma que acredito que para ser médico é preciso nascer médico.
Recentemente o programa Profissão Repórter fez uma matéria sobre professores apaixonados pela profissão, mas frustrados com a realidade, assustados com as atitudes, com medo da sala-de-aula, com lágrimas nos olhos por esse amor ingrato pelo ambiente escolar.

Eu já disse várias vezes que, se um dia, um aluno levantar e me der um tapa, eu largo o meu diploma e arrebento o moleque. Eu não estudei 4 anos para pedir silêncio, para passar uma cópia, para dar um ditado. Eu não estudei 4 anos para um aluno fazer uma ameaça, achar que manda no meu pedaço. Eu não estudei 4 anos para ser uma coadjuvante. Mas eu estudei para ser protagonista, e o dia que eu não conseguir ocupar a cena principal junto de meus alunos e construir junto deles o conhecimento, de nada valerá mais o ensino em minha vida.
Então, a pessoa que nasce professor faz sua faculdade, paga suado cada mensalidade e, depois de muita leitura, estudo, seminários, trabalhos, estágios, apresentações, ela se forma professora apta a lecionar. Aplausos a ela? Eu pediria silêncio, porque é isso que será ouvido pela caminhada.
Professores, não esperem reconhecimento pelo trabalho. Poucos o farão. Agora se você falhar, sentirá todos os dedos apontando-o como culpado. Se for agredido, coitadinho; se for xingado, judiação; se for elogiado, ilusão. 
Mas é isso mesmo, juventude. É essa resposta que vocês têm que dar: aqui não há nenhum tonto para ser professor. Mesmo que você nasça professor, não caia nessa. 
Nós preparamos essas crianças para o mundo, somos ao mesmo tempo professor, família, abrigo, amigos, conselheiros, ouvintes, porto-seguro, pacientes, atentos, compreensivos, carinhosos, e só recebemos pelo professor, e muito pouco.
Tudo que gastamos para nos tornarmos professores de fato jamais será um ganho revertido financeiramente. Ganharemos sim todo calor humano, que acaba compensando tudo, o que faz com que aqueles que escolheram esse caminho continuem a trilha com esperança, como eu.
Então, ao invés de incentivar essa juventude a ser professor, mostre a eles condições melhores de trabalho, incentivo aos estudos, pague bem, mas pague muito, porque professor é tão valioso que não tem preço. Mostre políticas que protejam o professor e não que o mostre apenas como vítima do sistema, como coitadinho e fracassado. Nós somos muito mais que isso e fico feliz por ver que essa juventude captou essa mensagem dos mestres.
Não desmerecendo qualquer profissão, mas qualquer um ganha mais que um professor.
O salário, lógico, que não é tudo na escolha de uma profissão, mas, em se tratando de ser professor: o salário é nada.
Deixo aqui minha indignação com a realidade, minha revolta com essa propaganda apelativa e minha alegria pelo fato de que o recado chegou lá:  Perdeu, playboy, aqui não tem mais ninguém querendo ser professor não!
Vou ficar feliz ao ver anúncios no jornal: procura-se professor. Acho que me sentirei como o mico leão dourado, ou como a arara-azul, extintos, mas finalmente, valorizados!