Páginas

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Era uma vez... com Thalita Rebouças!

"Será que a primeira vez continua sendo, para as meninas, uma coisa especial, um assunto muito pensado?
Claro. O mundo muda, mas a essência da adolescência continua a mesma."


Ler Thalita Rebouças me faz sentir adolescente mais uma vez. E não sou?
Talvez 10 anos tenha passado rapidamente olhando no auge dos meus 29 anos. Porém, aproveitei cada fase tal como deve ser. Brinquei até o máximo que podia; estudei sem ter que pedirem ou mandarem; escolhi meus namorados, alguns errei feio, mas faz parte do arquivo morto de minha memória. Também escolhi outros que não tinham potencial para namorar, fiz muitos amigos, saí como louca, dancei até o chão e em cima de trio elétrico... Enfim, aproveitei minha fase.

Acredito que tudo tem seu tempo e é essa mensagem que Thalita nos passa por meio das histórias de Teresa, Clara, Tuca, Nanda, Patty e Joana, 6 meninas que têm experiências diferentes com relação à primeira vez.

"Toda primeira vez é legal. A primeira vez que conseguimos pedalar nossas bicicletas sem o pai atrás, a primeira nota dez, a primeira vigem, tudo que é novo normalmente é bom. Então por que criar criar tantos fantasmas?"

Recentemente na escola conversávamos sobre o primeiro beijo, e comentei que tinha uma foto do momento. Não sei onde ela se encontra. Eu tinha 14 anos...
Riram ao ver que eu fazia já parte de uma geração marcada pela fotografia. Hoje acredito que seja mais fácil ainda com a digital e os celulares cujas potências superam as câmeras, tanto que as pessoas até têm vídeos registrados... Eu já acho que nem tudo deve ser guardado em cartão de memória. Existem certos momentos que devem ser apenas vividos.

Vejo muita gente que a cada passo posta uma foto, como se tivesse a obrigação de mostrar para as pessoas que está feliz, que está curtindo. Quem realmente está aproveitando não tem tempo para tantos cliques.

Mas o assunto do livro é a primeira vez. Também não vou me expor contando minha história.
Sei que a minha foi no momento exato, marcado pela presença de um arco-íris como confirmação da minha pergunta se deveria ir ou não...


O livro não traz nenhuma baixaria, conta apenas de relacionamentos dessas meninas com seus ficantes, e a experiência de modo geral que cada uma teve. Algumas com final feliz, outras tornaram-se maduras, criticaram o momento, encontraram outra pessoa, e há ainda a possibilidade de preferir esquecer essa primeira vez e tentar uma segunda vez.

Vale dizer que é sempre com humor que Thalita desenvolve suas histórias... Seu tom jovial nos faz rir, reviver momentos e nos entregar a esse "drama" das meninas da forma que também vivemos um dia...

SELEÇÃO DE TRECHOS...


"Eu não planejava amar ninguém antes de fazer 18!"

"Foi muito duro me tocar de que minha tarde encantada tinha sido encantada só para mim."

"Descobri, anos mais tarde, que na fase adulta o homem substitui o 'preciso de um tempo para mim' pelo 'o problema não é com você. É comigo.' Sim, e ainda tem o terrível 'estou num momento muito meu.'"

"Droga, porcaria de "MAS" sempre atrapalhando meus planos, minha vida! Palavra mais inconveniente."

"Segundo os preceitos da principal Lei de Murphy, 'se uma coisa pode dar errado, dará.'"

"Aquele amor enorme e com cara de eterno deu lugar a uma amizade maravilhosa."

"O amor da minha vida virou o amigo da minha vida."

"A vida é curta. Curta."

"Era a oportunidade perfeita. E oportunidades perfeitas não acontecem muitas vezes."

"Trocamos algumas poucas palavras. Todas sem vida."

"Aprendi que primeira vez só deve rolar com um cara que a gente confia plenamente e de quem a gente é, antes de tudo, amiga. Isso mesmo, amiga."

"Modelos são cabides que andam."

"Filho é para a vida toda, e a vida toda é tempo pra caramba. Filho deve ser planejado, não acontecer por mero acidente."

"Demorei para entender que nós também temos o nosso universo paralelo, que eles também não compreendem. (...) E não existe perfeição em se tratando de relacionamento, nem nos universos paralelos."

"O romantismo dentro de mim deu lugar a um sentimento esquisito e o que era para ser doce de leite virou biscoito de água e sal."

"Nenhuma parte mereceu destaque no baú de minha memória."
"Parti em voo solo e assim fiquei por um tempo, voando, conhecendo gente bacana, aprendendo a adorar minha companhia...!

"Se é ou não O cara, não sei. Parei com esse negócio. Definitivamente. Sei que ele é o cara que me faz feliz todo dia. E está bom demais assim."

"Nunca gostei dessa coisa de ficar igual a todas as minhas amigas. Quem segue o rebanho pisa no cocô."

"Percebi que a vida realmente não é um esquema, não é uma coisa que a gente planeja e acontece, uma peça que a gente ensaia e dá certo na hora em que sobe o pano. Precisamos viver cada dia e deixar os acontecimentos nos surpreenderem."

"A luz de uma lua enorme fazia aquele cenário parecer uma pintura."

"Girei 360 graus, bem devagarinho (...) e agradeci. Por estar viva, por ser e morar nesta cidade violão, cheia de curvas, por poder desfrutar dela por inteiro."

"Passei a ignorar os outros e, principalmente a opinião dos outros. Desde então, sou muito mais feliz."

"Frase de agenda (...) Prefiro me arrepender de ter feito do que de não ter feito."

"(...) Conceitos são conceitos, mas podem ser revistos e até mudar com o passar do tempo.
Você faz seus conceitos. Você faz a sua vida."

"Quem pariu Mateus que o embale."

"Infidelidade não tem nada a ver com amor. Uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa. Assim você vai ser mais feliz, vai por mim!"


ERA UMA VEZ O PRIMEIRO BEIJO
ERA UMA VEZ O PRIMEIRO NAMORADO
ERA UMA VEZ A PRIMEIRA VEZ
ERA UMA VEZ O PRIMEIRO AMOR
ERA UMA VEZ O PRIMEIRO DE MUITOS...
ERA UMA VEZ O QUE VEIO PARA FICAR.

É MAIS OU MENOS ISSO...


CURIOSIDADE..

Quando estava procurando outros livros no Extra devido ao frete grátis e bom preço (é sempre bom compartilhar), encontrei uma novidade da escritora:

Leo e Rosa estão de volta e vão mostrar que namorar é bom, mas nada fácil! Que nem sempre amar rima com concordar. E no livro, em cada história, Leo e Rosa dão a sua própria versão. E adivinha quem acompanha os rolos no dia a dia dos dois adolescentes? A Turma da Mônica Jovem! Monica e Cebolinha, tal qual Leo e Rosa, comentam as cenas, comuns a todo casal de namorados. Leo fala sobre as mudanças de humor de Rosa, enquanto Rosa fala sobre a falta de sensibilidade de Leo.
Trata-se da continuação da história de Leo e Rosa do livro Ela disse, ele disse.

Este se encontra entre as minhas próximas aquisições, assim como Ps eu te amo! Quem quiser me presentear, fica a dica!
Tenho uma lista dos meus desejos literários! Acho que todo mundo que é apaixonado por livros tem a sua.
No momento, busco um exemplar de "O Leitor", porque aquele que li é emprestado... =)

Até a próxima postagem:

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Uma curva na estrada: amor e perdão à prova

Estou tentando colocar o blog e minhas leituras em dia...

Às vezes, quando se busca o amor, primeiro é preciso encontrar o perdão. Dessa forma, somos convidados a conhecer a curva na estrada que separou Miles de sua esposa e primeiro amor Missy.


Perdoar é para os fortes e para os covardes. Dependendo da situação, julgamos de uma forma. Se há muita aceitação, sem luta, sem discussão, sem exposição de pontos de vista, sem novo acordo estabelecido, sem qualquer remendo causado... trata-se de covardia.

Perdoar um erro, uma falha, uma omissão, uma traição são atitudes comuns embora sejam surpreendentes do modo mais negativo. Difícil dizer como se sente a pessoa que perdoa e o perdoado. O desespero e culpa que carrega aquele que pecou, e o sofrimento e decepção daquele que perdoa.
E perdoar um assassino? O culpado por um tragédia? O responsável por um acidente?
Nesses casos, perdoar é uma tarefa tão desafiadora que não acredito que eu seja capaz.


Mas lembre-se de que perdoar não é esquecer. Posso ser nobre por perdoar, por outro lado não serei humana ao esquecer. Talvez seja mais uma característica que tenha herdado do meu pai e que faz parte de quem sou. Eu gosto das pessoas de graça, admiro e tenho orgulho de atitudes, sei reconhecer, não sou orgulhosa por mudar de opinião; porém não pise em falso em meu território, não simule intenções que não as tem; não seja o que não é; não faça por menos se pode ser melhor... Eu só espero de cada um o mínimo de reciprocidade do que ofereço... O contrário é perdoado certamente com o tempo; e a pessoa velada aos poucos dentro de mim.


Curva me faz pensar em obstáculo, em desvio, em mudança de direção.
Andar em linha reta é previsível demais, fácil, cansa, dá sono. Um amor em linha reta daria a sensação de infinito, de ampla visão, de estabilidade. Mas, quando uma curva aparece, é a hora de colocar o sentimento à prova, ou seja, hora de verificar se ambos estão preparados para mudar de ritmo  e encarar outra direção.


Miles não estava preparado. E, sem qualquer vínculo, acompanhamos a nova trajetória de um subxerife, cuja mulher fora atropelada e morrera sem qualquer socorro, sem que nada fosse feito e, pior, sem qualquer pista do culpado.

E o mais genial do livro é que o culpado pelo acidente se manifesta, diz o que sente, mostra a sua visão dos acontecimentos, conta como aconteceu, o que deixou de fazer, e os detalhes do que não havia para ser feito até não ter mais escolhas; afinal sua omissão foi uma escolha cujo preço pagou a longas prestações pela vida.

Junto de Miles, vamos nos apaixonar pelo filho tanto quanto ele, e pela professora (Sarah) que o faz reviver, repensar, reencontrar e resolver...


De certa forma, o livro propõe uma reflexão... O que você faria se estivesse no lugar de Miles?
E de Sarah?
Difícil supor...

Gostaria apenas de que o final fosse diferente, que Miles sustentasse sua decisão até o fim.
 No entanto é uma grande história.


FRASES SELECIONADAS...


"Onde de fato começa uma história? Na vida, são raros os inícios bem marcados, aqueles instantes dos quais um dia podemos dizer: 'Foi ali que tudo começou'. Mas às vezes o destino cruza nosso caminho e inicia uma sequência de acontecimentos que levam a um desfecho imprevisível."

"Uma coisa ela havia aprendido: a vida raramente segue nossos planos."

"Não queria mais chorar, mas os sonhos antigos demoram a morrer."

"Criança é criança, pouco importa de onde venha, sobretudo quando é pequena."

"Aquilo quase bastou para fazer com que sua vida parecesse valer a pena. Quase."

"Não tem problema ficar triste. Todo mundo fica triste de vez em quando."

"-Quer dizer que você arrasa corações?
- O meu coração é que foi arrasado."

(Gosto das 'tiradas', do senso de humor, das indiretas e da inteligência das breves conversas entre Miles e Sarah)

"Havia algo em seus olhos e em seu jeito de falar que refletia os desafios que enfrentara ao longo dos últimos anos."

"- Posso perguntar o que foi aquilo lá dentro?
- É uma longa história.
- As histórias geralmente são."

"Um pouco de mimo nunca fez mal a ninguém."

"As cidades grandes têm uma vibração, uma animação que não existe nas cidades pequenas.
Um lugarzinho tranquilo para relaxar no fim do dia, vistas agradáveis, alguns bons amigos. O que mais importa além disso?"

"- Você conseguiria se ver morando em um lugar como este?
- Para sempre, você quer dizer?
(...)
- Depende
- De quê?
- De qual seria minha razão para ficar.
As palavras dela ou eram um convite ou uma promessa."

"(...) Saboreava a sensação de segurança daqueles braços enquanto o resto do mundo seguia seu curso."

"Se não der certo por algum outro motivo, tudo bem, eu aguento. Mas não tenho forças para enfrentar de novo o que já enfrentei uma vez."

"- O que você quer, uma medalha?
- Para começar. Um troféu também seria bacana.
- E o que você acha que está segurando nesse exato momento?"

"Fui andando cada vez mais devagar, como se diminuir o passo pudesse aumentar as chances de um desfecho melhor."

- Preciso saber se você foi procurá-lo.
-Está querendo saber ou já sabe?
- Estou perguntando porque quero saber se você está disposto a mentir na minha cara."

" Sabia que se manter em silêncio era a melhor forma de obter uma versão não censurada dos acontecimentos."

"Quando você se olhar no espelho, quero que se lembre disso. E não quero que se esqueça nunca de tudo que tirou de mim. Você levou embora a pessoa que eu mais amava no mundo."

"Faça alguma coisa boa da vida, algo que não me leve a arrepender do que estou fazendo. Prometa isso para mim."

"Eu vou ficar bem, disse a si mesma. Aconteça o que acontecer, vou sair dessa, assim como já saí antes."
DEIXE SEU COMENTÁRIO...
Até a próxima postagem:







domingo, 7 de julho de 2013

Gabriel, o pensador, na escola

Estou tentando colocar o blog e minhas leituras em dia...

A vida de professor exige certa mudança de ritmo, dependendo da seriedade com que cada profissional a encara. Eu detesto acordar cedo, mas visto a camisa da escola em que trabalho com muito prazer e orgulho.


A postagem de hoje será diferente das demais, porque gostaria de compartilhar uma atividade que fiz recentemente com meus alunos do 9º ano.

Incrível como tudo parece que se encaixa. Foi um aluno que veio me mostrar uma música do Gabriel, o pensador: Estudo errado. Ouvi um pedaço, e, em casa, com mais tempo, tive a oportunidade de apreciá-la com mais atenção. O que eles estavam ouvindo? Uma música que faz um protesto contra alguns aspectos da vida escolar, como a inutilidade de certos conteúdos, matérias decorativas.


Achei a letra sensacional, um tapa na cara da educação nos moldes antigos. E aquele aluno, juntamente com outros que fui descobrindo depois, sabiam a extensa letra da música. E a explicação para isso me parece óbvia... Eles concordavam com o Pensador, sabiam aquilo de cor, porque era de coração.

(Quem tiver curiosidade, acesse o link, escute a música e acompanhe a letra.)

Com o passar dos dias, fui seguindo o livro didático, e ali estava uma entrevista com o cantor e compositor. Foi nesse momento que achei apropriado inserir algumas músicas dele e trabalhar interpretação. 
Logicamente que Estudo Errado deveria ser escutada e debatida oralmente, a fim de descobrir o que há de errado ou o que está faltando no ensino.

Porém, a atividade de Interpretação escrita que fizemos estava relacionada à música Palavras Repetidas.

(A fim de conhecer a música, acesse o link.)

Trecho da Música: PALAVRAS REPETIDAS

Terra tá soterrada de violência
De guerra, de sofrimento, de desespero
A gente tá vendo tudo, tá vendo a gente
Tá vendo, no nosso espelho, na nossa frente
Tá vendo, na nossa frente, aberração
Tá vendo, tá sendo visto, querendo ou não
Tá vendo, no fim do túnel, escuridão
Tá vendo no fim do túnel escuridão
Tá vendo a nossa morte anunciada
Tá vendo a nossa vida valendo nada
Tô vendo, chovendo sangue no meu jardim
Tá lindo o sol caindo, que nem granada
Tá vindo um carro-bomba na contramão
Tá vindo um carro-bomba na contramão
Tá vindo um carro-bomba na contramão
Tá vindo o suicida na direção

"É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã
porque se você parar pra pensar a verdade não há"

 ANÁLISE DA MÚSICA

1. Na primeira estrofe, é feita uma sequência de cenas vistas, que se inicia no espelho e termina no verso que diz: “Tá vendo nossa vida valendo nada.” De acordo com a música, o que está acontecendo conosco?

2. À medida em que estamos vendo, há outra fato acontecendo quase que simultaneamente.
Com sua palavras, defina o que está vindo em nossa direção.

3. Nesta música há uma ligação com outra “Pais e Filhos", a qual é utilizada como refrão. Qual o sentido deste trecho relacionado à musica?

4. Qual o tema predominante na terceira estrofe após o refrão?

5. Na última estrofe, é possível retirar um pensamento positivo diante de toda situação catastrófica. Que pensamento seria esse? Por que devemos pensar assim?

6. Elabore, como fez Gabriel, o pensador, uma sequência de versos com base nos dias de hoje de fatores que estamos vendo e estão vindo em nossa direção.
Tá vendo .............................................................................
Tá vendo .............................................................................
Tá vindo .............................................................................
Tá vindo .............................................................................


De todas atividades, a que me surpreendeu foi a última, em que observei criações tão tristes, críticas, tão relacionadas ao momento vivido. Foi quando cheguei à conclusão de que não havia outra música para o momento!
Abaixo algumas das respostas do meus queridos do  9ºA, primeira sala em que apliquei a atividade.

Tá vendo o que vocês fizeram? 
Tá vendo a confusão?
Tá vindo manifestação
Tá vindo a revolução

João Batista

Tá vendo a destruição?
Tá vendo a manifestação?
Tá vindo o povo
Tá vindo a razão

Myrella

Tá vendo a destruição?
Tá vendo a corrupção?
Tá vindo a morte
Tá vindo o fim da nossa sorte.

Renan

Tá vendo Hittler?
Tá vendo o Sadan Hussein?
Tá vindo guerra
Tá vindo destruição                           

Matheus Vitor

E termino com duas frases de Gabriel, o Pensador que, de certa forma, apontam o caminho...

"Nem sempre a fraqueza que se sente quer dizer que a gente não é forte."

"Seja você mesmo, mas não seja sempre o mesmo".

Gostou da atividade?
DEIXE SEU COMENTÁRIO.