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sábado, 28 de fevereiro de 2015

PERDIDA por Carina Risse

O que falar de Perdida?

Perdidamente apaixonada por esse livro, que ganhei de presente no Natal da Márcia (leitora apaixonada)... com um bilhetinho carinhoso que me deixou animada, curiosa e feliz.


Posso dizer que, agora, também passou a ser um queridinho meu e agradeço por ter me apresentado à Carina Rissi e a esse exemplar tão diferente de tudo que li...
Obrigada, Márcia, por ter me escolhido e me surpreendido com esse lindo presente, que me fez sonhar!

Que livro mais delicioso... Trata-se de um conto de fadas da modernidade, escrito com a maior criatividade e doçura.

Sofia nunca tivera tido um amor de verdade, não acreditava realmente que seria possível perder o chão, entregar-se. Tinha uma vida sem grandes emoções, trabalhava bastante, morava sozinha, e contava com a companhia da melhor amiga que estava vivenciando um amor...


De repente, por meio da compra de um celular, Sofia viajou pelo tempo e ficou inserida em um cenário de 1830, com os costumes e hábitos da época....À princípio desesperador.... afinal, era uma mulher fora de seu tempo, desafiada a encontrar sinais para que pudesse voltar...

Mas foi, nessa transição, que Sofia fez descobertas, escolhas e viveu intensamente junto daquelas pessoas que passaram a ser uma espécie de nova família....

Fascinante o jogo entre passado, presente e futuro...  O passado que se tornou presente de Sofia, o presente que se tornou de algum modo o futuro, isso sem contar com a possibilidade de reconstrução, de voltar atrás, de recomeçar... Fantástico!


Como um conto de fadas mesmo, Perdida nos apresenta uma princesa que calça All Star (que nos faz até querer um...), um príncipe de fato chamado Ian, e uma história linda e emocionante com direito a fada madrinha, encantos, magia e muito amor!!!

Impossível não ficar PERDIDA de amores por esse livro!

Gostei até da explicação da escritora, quando mencionou sobre a data e a ausência de escravos em sua história.

"E, como no mundo do faz de conta tudo é possível - inclusive viajar no tempo através de um celular - eu simplesmente decidi que a escravidão nunca aconteceu."

E o melhor disso tudo é que o livro tem continuação...



MINHA SELEÇÃO DE TRECHOS...

"Sete anos seriam insuficientes para algumas pessoas se conhecerem, e sete dias são mais que suficientes para outras." Jane Austen

"Não se tem certeza de nada quando se está apaixonada."

Eu sabia disso, que toda essa baboseira de amor acaba assim que a rotina aparece. Que isso só servia para vender revistas e livros e que, na vida real, você sempre acabava sozinha com um buraco no lugar em que costumava ficar seu coração."

"Raro significa caro."

"Está na hora de começar a crer que existem mais coisas no universo além daquelas que os seus olhos podem ver. E finalmente começar a viver a sua vida! Você sempre a deixou para depois, esperando que ela acontecesse, mas nunca fez nenhum esforço para isso."


"Uma dama tão encantadora deve ser conduzida por um cavalheiro."

"Você está aqui agora. Por ora, este é seu lugar,"

"Como a vida podia ser surpreendente! Passava horas brincando de princesa, esperando que o príncipe viesse me buscar com seu cavalo e... De uma forma estranha, eu estava vivendo o meu faz de conta."

"Como eu bem sabia, na vida real, contos de fada não se realizam com frequência."

"Eu cresci! Aprendi que contos de fada só acabam bem nos livros."



"Era por ele que eu procurava - a vida toda - sem nem mesmo saber que procurava. Era ele que eu queria, de forma desesperada, para toda a vida. E era ele a minha jornada ali, minha missão."

"Não importa para onde eu vá nem quanto tempo passe. Vou te amar para sempre!"

"Deixá-lo sem fala era melhor que qualquer outro elogio."

"Eu também o amava, e não tinha culpa disso."

"Meus objetivos mudaram, não as dificuldades."

"Os momentos perfeitos que passamos juntos não eram importantes apenas para mim."




"Imagine que todas as pessoas têm sua outra metade e que, algumas vezes, passam por ela sem nem mesmo notar. Outras pessoas são mais atentas e as notam, têm a chance de escolher e podem ser felizes por toda vida."

"-Você abandonou toda a sua vida por mim?
- Não, Eu abandonei todo o resto para ficar com a minha vida!"

"Parecia que queria me dar o mundo! Ele só não entendia que já tinha feito isso quando disse que me amava pela primeira vez."

"Nada parecia tão certo como quando eu estava em seus braços."



Até a próxima postagem
Exemplar já lido
Logo, Blog em dia.
A leitura não pode parar.







sábado, 14 de fevereiro de 2015

Grito de Carnaval

Escrevo há um dia do Carnaval, porque sinto minha tradição roubada... Pode parecer egoísta da minha parte, sei, como todo mundo, do problema da falta de água, da dengue, da superlotação na cidade com o cancelamento do Carnaval nas cidades vizinhas...

Porém, desde que me conheço por gente, Carnaval para mim é  rua, trio elétrico... Meus pais sempre me levavam e era uma alegria. 


Lembro que existia um bloco que era todo mascarado, vestiam preto, carregavam caixões...e eu chorava. Daí vem meu pavor e trauma de máscara que dura até hoje. É algo que não gosto de forma alguma... Não combinava com Carnaval aquele clima mórbido. 


Mas logo depois, vinha ele - enorme, cheio de luzes... Tinha Rei Momo, moças todas vestidas... Era o Cremasco, sua esposa e suas meninas, que não eram tão meninas... Era festa, era Carnaval. 



Gostava da música alta naqueles quatro dias em que a cidade parava... Ficávamos perto de onde era a Pinus Bar (perto do Boticário hoje) e meu pai me levava atrás do trio, quando chegava naquela altura...
Não tenho foto desse momento, mas é claro em minha memória.

Dessa forma, todo ano nós comparecíamos, com ou sem fantasia... Cheguei até a desfilar... Nossa família sempre gostou de plumas, lantejoulas e muita luz. Era fanfarra da escola, roupa das balizas, brasão, estandarte, comissão de frente....

Meus pais junto de meus avós, quando pequena, produziam as fantasias, que me permitiam ser o que desejasse ou o que eles quisessem quando menina.... No começo, eles decidiam, depois, foram as festas à fantasia em que eu pensava com eles, e todos ajudavam na produção... boneca, gueixa, she-ha, cigana, mulher-gato... Isso sem contar quando me ajudavam a produzir algo para a escola, quando me tornei professora: máscara de ratinho, roupas para a folia de reis... E eles entravam sempre na farra...  colocavam chapéu, roupa, máscara... e sempre foi a maior diversão.





Com o passar do tempo, foi surgindo um grupo de amigos, amigas, namorados e fomos dominando a rua, ficando até mais tarde, dançando até no trio elétrico, descendo até o chão na brincadeira e na sensualidade... Mas meus pais sempre por perto... Nunca foram motivo de vergonha para mim, mas sempre companhia, segurança... E eles também se divertiam, dançavam, riam...



Quando comecei a brindar algumas doses de álcool, meu pai sempre experimentava para ver se estava forte e ficava de olho... Minha mãe nunca gostou...


Fomos juntos até o último Carnaval de meu pai aqui, quando ele tinha dificuldade para andar devido à falta de ar... Brincávamos que ele tinha que sair mais cedo para chegar há tempo... Mas íamos com ele, seguíamos o mesmo ritmo, sempre levando na brincadeira... e chegávamos a tempo de ver o trio subir e acompanhá-lo. 


Mesmo quando ele tinha que fazer hemodiálise, dormia à tarde e à noite estávamos lá... Até na terça-feira, quando a rua esvaziava, eu achava que não desceria, meus pais estavam prontos para o último dia de folia...


Meu pai falava que dava para sentir o trio elétrico, que batia forte no coração dele... Chegou um tempo que ele dizia que era alto demais, e eu brincava dizendo que ele estava ficando velho, porque sempre gostara....




Desde pequena este é o primeiro ano sem trio-elétrico... e sinto uma tristeza... É como se tirassem o protagonista de uma história, ficamos com o plano de fundo de confete e serpentina que praticamente nem existem mais... Como Natal sem Papai Noel, Páscoa sem coelhinho....

A gente subia na rua para ver o trio, ou escolas de samba que sempre foram uma paixão... É um ritmo que toca dentro... e sempre arriscamos um samba no pé até suar e arder a panturrilha... kkkk


Há algum tempo, Carnaval tem sido minhas primas e amigas, sempre minha mãe, dias de irmão, cunhada e sobrinhas que já caem na farra e há dois anos a saudade do velho Walter que nos deixou... Mas seguimos na rua com a certeza de que ele pula com a gente e também sente a mesma falta. Este vai olhar com estranheza e se perguntar: Cade o trio?Será que cheguei tarde? 


Não, pai, tiraram nosso Carnaval da rua, silenciaram o trio elétrico e vamos ter que fazer nossa diversão de outra forma... Aqui mesmo, como sempre passamos... longe da Bahia, das escolas de samba do Rio e São Paulo, e, de algum modo especial, terá que acontecer nosso Carnaval. Afinal, nós não podemos perder mais essa!

ESSE É MEU GRITO DE CARNAVAL!