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domingo, 6 de janeiro de 2013

Fechando o ano com Nietzsche!

A postagem de hoje é sobre o livro "100 Aforismos sobre o amor e a morte" de Nietzsche! Sinto-me uma pessoa superior por ter lido um exemplar do cara, sendo que tenho um aqui: "Assim falava Zaraustra" - o qual comprei na rodoviária na época em que fazia faculdade e transitava entre Itapira - Campinas! Até comecei a ler, mas não cheguei ao seu final. Carrego essa maldição, como diz um amigo meu, do livro não lido... hahaha


O livro 100 Aforismos parou em minhas mãos por meio da Maria Claudia Zancan, uma pessoa distinta (culta), irmã de um amigo de escola André. Engraçado os caminhos que os livros percorrem e procuram seu leitor. Ela pediu que este livro fosse entregue a mim, talvez por saber da minha paixão pela leitura. Agradeço por ter pensado em mim, acabou sendo minha companhia nos últimos dias de sol de 2012...


Li um exemplar ao mesmo tempo em que um amigo, que julgo sem coração, também o leu. Ele me dizia que estava gostando, que tinha muita razão nas coisas que estavam escritas, que concordava. Então iniciei já tentando encontrá-lo nas definições e o encontrei em muitas partes. Aquele era Bruno que não podia prometer, no significado do amor, nos conceitos de casamento, no olhar a respeito das mulheres... 

Foi divertido ler... é curtinho, fiz uso do dicionário online em alguns trechos... Dei risada com determinadas colocações, concordei com algumas, achei outras pessimistas, discordei de outras. 

Deixo aqui minha seleção de trechos. E mais uma vez destaquei muitos e coloquei alguns. Dessa vez os trechos são mais extensos. Mas vale a leitura! Nunca se perde tempo lendo um pouco....

Agradeço à Maria Cláudia pela sugestão do livro que fechou minha leitura de 2012 e elevou o nível literário dos meus exemplares, que começou com Nicholas Sparks e terminou com Friedrich Nietzsche! E agradeço o Bruno pelo incentivo e exemplar!


SELEÇÃO DE TRECHOS

"Pouco a pouco nos enfadamos do que é velho, do que possuímos seguramente, e voltamos a estender os braços; nem a mais bela paisagem estará certa de nosso amor, após passarmos três meses nela, algum litoral longínquo despertará nossa cobiça (...)"

"O amante quer a posse incondicional e única da pessoa desejada, quer poder incondicional tanto sobre sua alma como sobre seu corpo, quer ser amado unicamente, habitando e dominando a outra alma como algo supremo e absolutamente desejável."

"Alguns homens suspiram pelo rapto de suas mulheres; a maioria, porque ninguém as quis raptar."

"Em nenhum amor existe repouso."

"Se vivemos próximos demais a uma pessoa, é como se repetidamente tocássemos uma boa gravura com os dedos nus: um dia teremos nas mãos um sujo pedaço de papel, e nada além disso. Também a alma de uma pessoa, ao ser continuamente tocada, acaba se desgastando; ao menos assim ela nos parece afinal - nós nunca mais vemos seu desenho e sua beleza originais. - Sempre se perde no relacionamento íntimo demais com mulheres e amigos; às vezes perde a pérola de sua própria vida."

"O que é o amor, senão compreender que um outro viva, aja e sinta de maneira diversa e oposta da nossa, e alegrar-se com isso?"

"Tratar todos com igual benevolência e ser bom sem distinção de pessoa pode ser decorrência tanto de um profundo desprezo como de um sólido amor à humanidade."


"(...) o juramento dos amantes deveria ser publicamente invalidado, e o seu casamento, interdito: - pela razão de que o matrimônio deveria ser levado muito mais a sério! De modo que, justamente nos casos em que ele até agora se realizou, não se realizaria normalmente! A maioria dos casamentos não é de espécie tal que não se deseja um terceiro como testemunha? E justamente esse terceiro - a criança - quase nunca falta, e é mais do que testemunha, é o bode expiatório."


"Quando amamos, queremos que nossos defeitos permaneçam ocultos - não por vaidade, mas para que o ser amado não sofra. Sim, aquele que ama gostaria de parecer um deus- e também isso não por vaidade."

"Também o amor há que ser aprendido."

"A mulher se concede, o homem acrescenta."

"No verdadeiro amor, é a alma que envolve o corpo."

"O que se faz por amor sempre acontece além do bem e do mal."

"(...) a mulher quer acreditar que o amor tudo pode - eis aí propriamente sua fé. Oh, o conhecedor do coração percebe quão pobre, desamparado, presunçoso, estúpido, canhestro, destruidor, mais que salvador é inclusive o melhor e mais profundo amor."

"O amor é, de todos os sentimentos, o mais egoísta, e, em consequência, o menos generoso quando é ferido."

"A poderosa esperança é um estimulante bem maior da vida do que alguma felicidade que realmente ocorra. Os que sofrem têm de ser mantidos por uma esperança que não pode ser contrariada or nenhuma realidade (...) uma esperança de além."

"O amoré o estado em que as pessoas mais veem as coisas como não são."

"No amor suporta-se mais, tolera-se tudo."

"É preciso estar firmemente assentado em si, é preciso sustentar-se bravamente sobre as duas pernas, caso contrário não se pode absolutamente amar."

"Uma mulher correndo atrás de sua vingança seria capaz de atropelar o próprio destino."

"Todo desprezo pela vida sexual (...) é o próprio crime contra a vida - é o autêntico pecado contra o santo espírito da vida."

"Mão há, entre os seres humanos, banalidade maior do que a morte; em segundo lugar vem o nascimento; depois vem o matrimônio. Mas, em todas as suas não contadas e incontáveis apresentações, essas pequenas tragicomédias são representadas por novos atores, e por isso não cessam de ter novos espectadores interessados. (....) Tanta importância têm os novos atores, tão pouca tem a peça."

"O que é mais racional, parar a máquina, quando a obra que dela se exigia foi completada - ou deixá-la funcionando até que pare por si mesma, isto é, até que se estrague?"

"Você se afasta cada vez mais dos que vivem: logo eles o apagarão de suas listas. É a única maneira de partilhar o privilégio dos mortos. Qual privilégio? Não mais morrer (pois já estão mortos)."

"Morrer orgulhosamente, quando não é mais possível viver orgulhosamente. A morte escolhida livremente, a morte empreendida no tempo certo, com lucidez e alegria, em meio a filhos e testemunhas: de modo que ainda seja possível uma real despedida, em que ainda está ali aquele que se despede, assim como uma real avaliação do que foi alcançado e pretendido, uma suma da vida."

"(....) o horizonte nos aparece novamente livre, embora não esteja limpo; enfim os nossos barcos podem novamente zarpar ao encontro de todo perigo, novamente zarpar ao encontro de todo perigo, novamente é permitida toda a ousadia de quem busca o conhecimento, o mar, o nosso mar, está novamente aberto, e provavelmente nunca houve tanto 'mar aberto'."


Aguardem a postagem sobre a primeira leitura de 2013!
Alguém se  atreve a adivinhar?!

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