Um livro divertido e um desabafo de uma professora de redação...

Resolvi colocar uma nova postagem, ainda mais quando um aluno me questionou se ainda estava com aquele texto sobre Monte Sião no blog. Confesso que não sou muito dedicada ao blog, e isso se deve ao fato de ser professora de redação.

Não sei se só eu acho que é trabalhoso ou se mais professores concordam comigo. Dando aulas de redação, conheço o aluno como um todo, posso dizer se é criativo, se tem boa imaginação, se é claro e coerente ao escrever, se tem dificuldade ou habilidade. Apesar de sofrido, porque são horas dedicadas as mais variadas redações, aos comentários deixados nas folhas e às correções em todo o texto, é muito gostoso ler as histórias. Há alunos brilhantes que nos prendem a atenção com suas palavras e nos fazem pensar que não faríamos um texto melhor, que nunca teríamos uma ideia parecida...

São experiências que só foram possíveis devido à minha escolha por essa carreira. Devo destacar os pontos positivos, apesar de reclamar de acordar cedo e esperar feriados igual os alunos. Eu e eles temos muitas semelhanças...

Hoje gostaria de postar sobre o último livro que li, pensando nos meus alunos: Ela disse, ele disse de Thalita Rebouças.

Já tinha ouvido falar nos livros dela, mas nunca tinha lido. Na verdade, a indicação veio de Hermínio Sargentim, quando perguntei se tinha alguma sugestão literária para trabalhar com meus alunos do 8o. ano... Agradeço a sugestão, pois o livro é divertidíssimo.

Por coincidência, recentemente vi que teria uma entrevista com ela no programa do Jô Soares, e resolvi assistir por curiosidade. E ela estava lá para comentar de sua carreira e do livro em questão. Muito interessante. Falou da dificuldade que foi para ser reconhecida nesse campo e de sua persistência e bom humor.

Um amigo me disse: Luciana, esse livro é de adolescente! Quantos anos vc pensa que tem!? 

Dei risada e expliquei que estava lendo para trabalhar com meus alunos. Porém, confesso, eu me diverti muito com essa leitura e vou ousar lê-lo em sala. Talvez eu venha a enfrentar algum problema, mas vou arriscar pelos alunos.
Trata-se da linguagem deles, mostra o ponto de vista do menino e da menina, são coisas que acontecem nessa idade,  além de trazer uma mensagem sobre convivência principalmente no ambiente escolar.

Acredito que será muito válido e se encaixará perfeitamente na minha propostas para as aulas de leitura: Ler por prazer. 

Quem tem filho adolescente: menino ou menina, deve dar de presente essa obra de Thalita Rebouças, que tenho certeza que vão se identificar.
Ah, não se preocupe, não há nada não apropriado para a idade. Apenas um beijo do modo mais inocente e.. fofo!

Rosa, uma menina meiga, simpática, simples em suas atitudes, inteligente, esperta, uma menina com atitude, inocente, correta e verdadeira. Há momentos em que aplaudimos Rosa por suas respostas, em outras nos divertimos com seus pensamentos, e nos identificamos com alguns fatos e posturas adotadas por ela.

Léo tem características muito semelhantes à Rosa, mas, tem aquelas "manias" de menino: fala pouco, é tímido, pensa coisas que não faz, faz coisas sem pensar, gosta de futebol, ri de coisas nojentas, é engraçado, simpático e diz não ser bonito, porém, com tantas características permite que o julguemos como um lindo adolescente.

Fora os protagonistas, temos o pai de Léo que é divertidíssimo em seus comentários, no jeito de chamar o filho de Bocó, na forma de agradar e de ser um grande pai, muito presente e carinhoso. Do outro lado, a mãe de Rosa, mulher fina, cheia de conselhos para a filha, falas típicas de mãe, mas também mostra a forma de amar....

Deixarei aqui, como nos livros que sempre leio, algumas frases. A maioria das que foram destacadas,são trechos que me fizeram rir, mas há algumas para pensar.

"Alguns minutos de silêncio viram uma eternindade quando você está deslocado."

"Ele sempre me deu dicas, me protegeu, gostava de cuidar de mim, me explicava como fazer para não ser considerado um... um bundão. É, meu pai gosta de dizer "bundão". Ninguém é perfeito."

"Heróis são destemidos, afinal de contas. Podem gaguejar um pouquinho frente ao perigo iminente, mas são destemidos."

"Frases ridículas só merecem uma resposta: o silêncio."

"Pais... que pessoas esquisitas. Por que eles esquecem que foram adolescentes?"

"Quem são as pessoas por trás dos professores. O que eles fazem quando não estão dando aula, o que eles pensam sobre vários assuntos, o que gostam de ler..." (Gostei dessa, talvez dê uma nova postagem para o blog)

"Mulher é uma coisa que eu nunca vou entender. Mais difícil do que o mais difícil problema de Geometria."

"Garotas quando usam a palavra fofo é o maior dos elogios." (Gostei...pode ser...)

"- Desde quando não se usa a expressão "se achando o tal?
 - Desde o tempo em que pararam de falar ora bolas."

"Ele é menino, e meninos são devagar, não sabem como funciona o coração da gente."

"O problema é que quanto mais a gente pensa, pior a gente pensa."

Está dada a dica! Aproveitem!

E não farei luto para iniciar outro livro, porque se trata de um livro de adolescentes, e como eles, vou tomar a mesma atitude: A fila anda! Comecei outro livro, um light para destrair a alma: Spike!