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domingo, 27 de outubro de 2013

Só entre nós

Semana do Saco Cheio rendeu boas leituras no sol, na sombra, enquanto chovia...
E, depois de ter ficado tensa com o romance de Nicholas Sparks, resolvi ler um para relaxar: Só entre nós, a história de Abelardo e Heloísa. Não se trata do clássico, mas há uma referência ou uma intertextualidade...


Acredito ser um tema bastante atual - dois adolescentes que se conhecem virtualmente e passam a trocar emails e cartas, contando do mundo particular de cada um. 

Ambos são solitários, sem muito diálogo com a mãe: a dele controladora, a dela prezando pela liberdade e independência. Desse modo, Abelardo e Heloísa estabelecem uma relação de confiança e compartilham segredos, crises, vivências, paixões, pensamentos, sonhos, anseios...

Devo dizer que se trata de um livro adorável, que pode ser lido sim pelos adolescentes e até ser um exemplar para ser trabalhado em aulas de leitura na escola.


Fazendo uma breve reflexão, poderia dizer que essa fase da vida é composta de "nós", ou seja, de situações embaraçosas, muitas vezes pela falta de conversa, de orientação, de compreensão e até de aceitação. Penso que tudo isso faz parte desse início de processo de amadurecimento, em que há insegurança, conflitos, além de tudo em excesso: amor de mais, solidão exagerada, sofrimento absurdo, praticamente sem causa certa. 
Acho que a palavra que resume a adolescência é intensidade... E acredito que seja um drama necessário, para que se possa, na vida adulta, fazer escolhas sensatas, equilibradas e nem por isso menos intensas e verdadeiras que antes.

Recentemente li um artigo de opinião de opinião sobre a autoridade dos pais ou falta dela, que achei bastante interessante. A autora, também mãe, diz que não entende quando as pessoas perguntam: Como é ter uma filha de 16 anos? Deve ser complicado ser mãe de uma adolescente." Parece que ganhara uma adolescente no Natal, embrulhada em um pacote-surpresa. E a acrescenta: "Eu não comecei a educá-la agora; faz dezesseis anos que ela é minha filha!"
Engraçado e verdadeiro...

A educação, o diálogo começam desde quando são ainda pequenos, para que saibam os limites, para que tenham nos pais alguém em que possam realmente confiar... Mesmo sabendo que são os outros adolescentes a quem vão recorrer para contar, em primeiro lugar, sobre um amor, uma paixão, uma decepção...

Talvez a mensagem que esse livro deixa aos pais é que precisam de tempo para ver os filhos crescerem, acompanhar seus passos, compreender seu mundo e aceitá-los, cada um à sua maneira.

Quanto ao final, devo dizer que não esperava tanto... Fui surpreendida e adorei!
Fica a dica!
Agora vou compartilhá-lo com meus lindos do 9º ano! Acabo de descobrir como faço número ordinal no teclado rs Ctrl + Alt + tecla com os seguintes caracteres: } ] º... Esse google sabe tudo mesmo!

E a primeira a testar a leitura será Maria Eduarda!

SELEÇÃO DE TRECHOS

"Quanto ao compromisso sério... Viver já não é um compromisso sério pra caramba?"

"Procuro alguém que possa me falar de coisas lindas e que possa ouvir o que eu tenho para contar. Não é muito."

"Poemas. Tenho muitos (....) São os meus elos mais fortes com a vida."

"Tenho tanta coisa para dizer e tão poucos dispostos a me ouvir, que, quando pego um para vítima, ele o é integralmente."


"Gosto de ver palavras no papel. Letra de gente, quente como gente, no papel. A ideia e as emoções presas permanentemente naquela vastidão branca me seduzem de verdade."

"É essa pressa que mata o sonho, é no medo neurótico de não se perder tempo que se perdem as coisas maiores. Que nossa amizade tenha tempo de crescer, sem tempo de perceber que está crescendo."

"É bom ter você para dizer coisas que ninguém mais diz."

"Poesia é refúgio seguro."

"Isso de não ter fim é grande demais para caber no meu pobre pensamento, não consigo alcançar, não dá nem para imaginar o que é não ter fim."


"Estou deixando meus sentimentos brotarem explicitamente. Que eles sejam o que tiver de ser. Loucamente."

"As pessoas são cruéis por instinto, habitue-se a isso e seja superior."

"Pense na vida como um rio. Ora lento, ora rápido, o caminho dele é sempre o mar."

"O amor vive de incertezas."

"Quero ter apenas um pouco mais do que livros como companhia."

Partiu para atmosfera mística 
de Paulo Coelho





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